Entrevista com Luiza Helena Trajano: Empresária Inspiradora da Década

Luiza Helena Trajano

Homenageada pela Revista International Business em novembro em Paris como Empresária Inspiradora da Década, uma das mulheres mais admiradas da atualidade pelo seu espírito empreendedor e por ser uma das mais fortes defensoras do empoderamento feminino, Luiza Helena Trajano, concedeu entrevista a revista em tempos de resiliência e superação, acompanhe:

Quais foram as medidas adotadas pelo Magazine Luiza para o enfrentamento da Covid-19 e a crise da pandemia?

Desde o início nos preocupamos muito com a saúde de todos, equipe e clientes, tanto que fomos uns dos primeiros a fechar as lojas antes de ser obrigatório. O Magazine Luiza já estava muito bem no digital, mas nos preocupamos em ajudar os empresários que ainda não estavam no e-commerce. Rapidamente, criamos formatos para auxiliar os pequenos e médios empresários e colocamos no ar o Parceiro Magalu, que abriu nossa plataforma, com mais facilidade, para os pequenos e médios que não tinham ainda e-commerce e puderam continuar vendendo por meio do Magalu. Também estamos tomando todas as medidas e usando todos os recursos possíveis para, neste primeiro momento, não demitirmos ninguém.


Na sua percepção quais são os principais prejuízos decorrentes da Covid-19 para as pequenas empresas?


Serão muitos os prejuízos para pequenas e microempresas, mas a primeira necessidade é cuidar da saúde das pessoas, pois podemos ter um novo CNPJ, mas não um novo CPF. O governo está tomando diversas medidas de socorro para as pequenas e microempresas, e recomendo a todos que procurem se informar para utilizar os recursos financeiros legais para atravessar a crise. É um mo-mento muito sério para os pequenos, por isso, é necessário segurar os juros e fazer o crédito chegar a eles.


Qual o principal aprendizado do empresariado com a crise Covid-19?

O mundo, as pessoas e as empresas não serão mais as mesmas, e teremos mudanças significativas em tudo que conhecemos, mas espero que possamos sair melhores. Entre os diversos aprendizados, é importante se reinventar neste período e utilizar este tempo para agilizar projetos que estavam parados. Por exemplo, muitas empresas, de todos os segmentos, ainda não tinham ingressado no mundo digital, e essa crise veio revolucionar definitivamente a cultura de conectividade móvel. Muitos precisaram se reinventar rapidamente para esta realidade.


Como é possível participar e contribuir com o Grupo Mulheres do Brasil, no qual a senhora é uma das fundadoras?

Hoje, o Grupo Mulheres do Brasil já está com 41 mulheres participando em 55 núcleos, em 14 países. Queremos ser o maior grupo político apartidário do Brasil, contribuindo com as políticas públicas em todas as áreas, saúde, educação, saneamento, igualdade racial e dezenas de outras, reunindo mulheres de todas as classes sociais e competências. Qualquer mulher pode colaborar e conhecer o Grupo, entrando no site www.grupomulheresdobrasil.org.br


O que a senhora pensa das cotas nas empresas?

Defendo cota em todos os lugares, pois quando entendemos que cota é um processo transitório para acertar uma desigualdade, mudamos a perspectiva. Temos diversas dívidas sociais e desigualdades que necessitam da adoção de cotas.


Qual a sua expectativa com relação à recuperação econômica do Brasil em 2020 e 2021?

Esta situação é totalmente nova. Ninguém imaginava que ela aconteceria e nem temos como prever o que acontecerá com a economia nos próximos anos. Só temos certeza de que será lenta e exigirá esforços de todos. Espero que o governo injete bastante dinheiro na economia, especialmente para amparar os empregos. As empresas terão que se reinventar, mas acredito que nos tornaremos pessoas melhores, e muitas lições, como a cultura da doação, virão para auxiliar nesse processo de recuperação. Tenho certeza de que o Brasil tem condições de sair da crise, mas certamente o mundo não será da mesma maneira que era.

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